Especial Troféu Cayru: relembre histórias do campeonato

Há coisas na vida que têm a sua importância pelo sentimento que despertam em cada um e outras pela sua relevância universal, de fato. Poucas, porém, aliam esses dois valores: o Troféu Cayru é um desses exemplos.

Além de ser um campeonato que conta pontos para o Estadual de Vela de Oceano, é um evento com muito simbolismo para o Jangadeiros. “É um momento de festa da vela, no qual a gente olha para trás, algo muito necessário para poder se construir o futuro. Somos levados a olhar para nossas raízes”, comenta um pouco desse sentimento o comodoro Manuel Ruttkay Pereira .

Para quem não sabe, a criação deste troféu é uma homenagem ao barco Cayru, do patrono fundador do CDJ, Leopoldo Geyer. Em 1935, ainda chamado Cayruzinho, ele foi lançado ao mar para celebrar o centenário da Revolução Farroupilha.

Na sua XXVI edição, o evento é, para o Dr. Manuel, uma oportunidade dos mais novos no CDJ conhecerem um pouco mais da nossa história. “Mesmo não sendo a data de aniversário do Jangadeiros – que vai ser bem festejada em dezembro -, é um momento no qual comemoramos o ‘nascimento do Clube’”, explica.

Evocar as nossas origens, as nossas raízes. Esse é um ponto que talvez nem todos conheçam do Troféu Cayru, especialmente alguns competidores. Mas quando estiverem em suas embarcações na água, pensando em suas táticas, analisando as condições dos ventos, perceberão, seja no preparo ou durante o percurso, que se trata de uma regata especial.

Um Troféu repleto de boas histórias

Durante as 25 edições já realizadas do Troféu Cayru, o que não faltam são histórias para contar. Algumas mais intensas, outras mais engraçadas. Xico Freitas, atual bicampeão do Fita Azul, passou por momentos de tensão enquanto velejava como participante.

A bordo do Magia, um Delta 26, que tinha Gilberto Carvalho como comandante, Xico enfrentou condições bastante adversas. “Era uma tempestade muito forte, 60 nós de vento. A gente viu esse temporal entrando e só deu tempo de largar o leme. Eu era timoneiro e abri o cabo que segurava as duas velas, eu baixei ambas na hora. Moral da história: nosso barco conseguiu passar pelo temporal bem, sem vela nenhuma”,  lembra.

Ele conta que, depois que a tempestade passou, conseguiu ver que maioria dos barcos estava com as velas rasgadas. Mesmo com os contratempos, o Magia conseguiu ser o Fita Azul, ainda que fosse um barco pequeno.  “Naquele ano foi instituído o Troféu Tripulante, que eu recebi por ter salvo a embarcação”, conta.

Mas não são apenas as condições climáticas que podem interferir e atrapalhar um campeonato de vela. Um utensílio comum, usado em rios e mares, também pode ser um inimigo e deixá-lo preso, conforme recorda Hilton Piccolo:

“Num ano recente, na volta da Ilha das Pombas, a maioria dos barcos ficou presa em redes de pesca. O Rene Garrafielo, que estava conosco, conseguiu desvencilhar o barco e acabamos sendo o Fita Azul. Além disso, vencemos, no tempo corrigido, a regata longa também”, conclui.

 

Faça parte dessa história

Quer viver histórias como essas? Existem diversas formas de participar da XXVI edição do Troféu Cayru. No sábado, teremos a Regata Volta da Ilha das Pombas para os barcos das classes ORC e RGS, aberto também para embarcações sem medição que queiram disputar o “Fita Azul” (bico de proa).

Também no sábado, haverá a Regata em Solitário para os comandantes das classes de cruzeiro. Já no domingo, os barcos correrão duas regatas Barla-Sota na baía de Ipanema, enquanto as embarcações de cruzeiro participarão de um Velejaço de Percurso.

O evento se encerra à noite, com a entrega das premiações no restaurante da Ilha. Para saber como se inscrever para o Troféu Cayru e obter outras informações sobre a forma de disputa, acesse o Aviso de Regata.