Cruzeirista da Semana | Norberto Marcher Mühle

Comandante Norberto Marcher Mühle, do veleiro Trovão.

Cruzeirista da Semana Comandante Norberto Marcher Mühle, do veleiro Trovão.

Conhecido no Clube dos Jangadeiros e no meio náutico desde a adolescência pelo apelido ‘Trovão’, o Comandante Norberto Marcher Mühle é o nosso Cruzeirista da Semana.

Atualmente possui um trimarã modelo Sea Clipper 28, antes conhecido como “Trim” e, posteriormente, rebatizado de “Trovão por Netuno”, em agosto do ano passado. Para Norberto, a vela representa mais do que uma forma de lazer, mas sim um estilo de vida. Ele ainda destaca. “Ser cruzeirista é curtir também o caminho e não só o do destino”, afirmou o comandante.

Confira a entrevista especial com o Comandante Norberto Marcher Mühle:

– Como foi sua chegada no clube?
Na infância, aos 3 ou 4 anos, pelas mãos dos meus pais. Era final dos anos 60, a ilha ainda estava em construção, era tudo muito mais básico, “raiz”, do que hoje em dia. Barcos de madeira, velas algumas ainda de algodão, coletes salva-vidas recheados de cortiça.

– Você é sócio há quanto tempo?
Sou Sócio “de direito”, Proprietário-Ilha, com título, desde 1989, ao completar 25 anos. Mas sócio “de fato”, ou seja, incluindo os períodos como Dependente de Sócio, Sócio-Filhote e Aspirante, desde 1967/68 mais ou menos, pois meu pai, Ingo Norberto Mühle, já era sócio do clube desde a época de solteiro.

– Para você, velejar é?
Cortar, mesmo que só por umas poucas horas, os laços com a terra firme e se integrar ao barco para apenas navegar, singrar as águas ao sabor do vento.

– Veleja há quanto tempo?
Desde que me conheço por “projeto de gente” (risos). Há mais de 50 anos.

– Quais veleiros já teve?
1. Marimbá – classe Jangadeiro, barco da família, no qual tive o primeiro contato com a vela, as primeiras excursões de cruzeiro;
2. Piranha – primeiro barco de fibra, construído pelo Kurt Egon Keller, o Neni;
3. Laser – só existia o Standard e era muita vela para os meus 60 e poucos kg na época da adolescência. Me dava relativamente bem nas regatas de vento fraco, mas sofria no vento mais forte.
4. Hobie 14 – meu primeiro contato com os multicascos. Me conquistou imediatamente pela velocidade. Fiquei “viciado”, tanto que meu barco atual é um multicasco;
5. Duende – veleiro de 26 pés da família com o qual fizemos diversas excursões e corremos inúmeras regatas;
6. Trovão – barco atual. Trimarã de 28 pés resgatado do abandono há pouco mais de um ano e que ainda estamos, a Lu (minha esposa, Luciana) e eu, arrumando a “casinha” e aprendendo os “macetes”.

– Quais campeonatos ou eventos da vela que já participou?
Circuitos Oceânicos de Santa Catarina, Semanas de Vela de Ilhabela, vários Seival/Conesul, Encontros da Vela de São Lourenço, diversas regatas Porto Alegre-Tapes.

– O que mais gosta no clube?
A ilha, com seu pôr-do-sol, a natureza, o visual, os quero-queros… Acho que não precisa explicar.

– Uma grande recordação de velejada?
São tantas… velejar sempre foi, para mim, uma forma de me desligar das preocupações e rotinas cotidianas e curtir a natureza, o sol, o vento, o barulho da água no casco, além de ser a situação em que meu pai e eu melhor nos entendemos. Não precisa nem de palavras, nós sempre curtimos muito velejar juntos. A primeira entrada na Lagoa dos Patos, cruzando o farol de Itapuã, a gente nunca esquece.

– O que não pode faltar no barco?
Bom, além dos itens de segurança obrigatórios, água, proteção contra o sol e as intempéries, algo para comer, bom humor e diversão.

– Quais as principais dicas você daria para quem gostaria de velejar e comprar um barco?
Antes de decidir comprar um barco, converse com quem conhece e tente navegar no modelo ou tipo de barco que tem interesse, para ver se ele é, de fato, aquilo que está pensando.

– Lugares memoráveis que já velejou?
Porto do Barquinho, Pontal de Santo Antônio, Florianópolis, Ilhabela, Jericoacoara.

– Lugares que gostaria de conhecer e velejar?
Fernando de Noronha (correndo uma REFENO), Caribe, mediterrâneo, ilhas do Oceano Pacífico (Hawaii, Polinésia) e ilhas do Oceano Índico (Seychelles, Maurício, Madagascar…) só isso (risos).

– Um recado final para os velejadores:
Não fique esperando o momento ideal, a situação perfeita para ir velejar. Vá como e quando der, mesmo que seja só para dar uma voltinha até a Ponta Grossa.