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2º Descobrindo a Vela no Jangadeiros reúne mais de 120 crianças

Presença dos campeões olímpicos Robert Scheidt, Martine Grael e Kahena Kunze foi atração deste ano

Pelo segundo ano consecutivo, o Clube dos Jangadeiros abriu as portas para receber a comunidade no Descobrindo a Vela. Iniciativa construída e idealizada pelo Diretor da Escola de Vela Barra Limpa, Alexandre Paradeda, em conjunto com a comodoria do CDJ, tem como objetivo apresentar a jovens de 7 a 14 anos o maravilhoso mundo dos esportes náuticos através de uma velejada gratuita pelo Guaíba. Em sistema de rodízio, os pequenos se revesaram nos barcos, dando oportunidade de todos sentirem o gostinho de navegar.

Em 2017, a novidade é que os pais puderam acompanhar seus filhos de perto durante o trajeto. Eduardo Marquetti, pai da Beatriz e da Luisa acredita que as filhas tenham aproveitado a experiência. “Tudo o que é novidade, apresenta desafios, é válido. É o primeiro contato delas mais próximo com os barcos e achei muito positivo e creio que vai acrescentar bastante na vida delas, quem sabe elas não seguem navegando?”, conta Marquetti.

Jaime Pehls, pai do Guilherme, gostou tanto da velejada que pretende se associar no Jangadeiros. “Foi tudo de bom! O Guilherme adorou! Vamos até comprar um título aqui no Clube”, adianta Pehls.

Após o passeio de barco e o lanche com cachorro-quente e refrigerante, as famílias participaram de um bate-papo com os atletas olímpicos, Robert Scheidt, Martine Grael e Kahena Kunze. Uma oportunidade única de ver de perto o maior medalhista brasileiro e as únicas mulheres a vencerem uma Olimpíada.

Entre uma resposta e outra, o multicampeão Robert Scheidt deu um conselho a quem está iniciando no esporte. ” A criança que vai velejar não tem que ter o intuito de virar um campeão, mas de ter prazer naquilo e viver em um ambiente saudável para, aos poucos, criar o instinto competitivo. Mas isso é até secundário. O principal é você aprender um esporte novo e maravilhoso como é a vela”.

Um momento que causou bastante movimentação no interior da Escola de Vela Barra Limpa, foi quando Martine anunciou que Kahena havia trazido a medalha de ouro olímpica. Foi só a campeã mostrar o objeto dourado para que  os jovens pedissem para tocar e tirar fotos com ele.

Satisfeito com o resultado do evento, Xandi agradeceu a participação dos atletas olímpicos e enalteceu os benefícios que a vela podre trazer aos jovens. “Fico feliz que conseguimos atingir mais jovens que no ano passado e assim mostrar o nosso esporte para um maior número de pessoas. Tenho certeza que a presença do Robert Scheidt, da Martine Grael e da Kahena Kunze colaborou e muito para esta presença em peso e por isso só tenho a agradecer a esses campeões. A vela é uma modalidade que pode vir a ter uma importância muito grande na educação de uma criança, transmitindo valores como: poder de decisão, respeito e cuidado com a natureza e responsabilidade com teu próprio barco. Além disso, é uma oportunidade de acabar com o tempo ocioso do jovem, que, hoje em dia, é um grande perigo da nossa sociedade”, finaliza Xandi.

Luíza Demoliner com a medalha de ouro

Luíza Demoliner com a medalha de ouro

Em entrevista, Robert Scheidt fala sobre os desafios de competir na 49er e deixa recado para os mais jovens

A partir das 19h de hoje (5), inicia a Copa Brasil de Vela. Mas enquanto os barcos não vão para a água, aproveitamos para falar com o medalhista olímpico Robert Scheidt. Durante a entrevista, minutos antes do treino, ele falou sobre a expectativa de começar em uma nova classe e da importância de preparar as futuras gerações olímpicas do Brasil.

Falando sobre o 2º Descobrindo a Vela no Jangadeiros, evento realizado no Clube neste domingo, ele também relembrou o seu início no esporte. “A vela é um esporte em que você interage com os elementos da natureza e foi isso que sempre me atraiu quando eu era jovem e começava no Optimist. Eu gostava do simples fato de colocar o meu barco na água e usar a força do vento, interagir com o ambiente”.

Confira a entrevista completa a seguir.

Como está sendo esse desafio de competir na 49er depois de tanto tempo no Laser?

É bem motivador! Eu que sempre velejei em barcos lentos, que possuem uma tática diferente, agora inicio em um extremamente rápido, com três velas e proeiro, que requer muita agilidade. É uma mudança grande, mas estou gostando muito. Tenho a sensação de que me completa como velejador aprender a competir em um barco assim. Ainda é cedo, eu velejei poucas vezes na 49er, então tenho muito o que melhorar, mas tenho um excelente proeiro, o Gabriel, com uma boa bagagem, o que ajuda muito. Estou bem feliz em estar aqui, em Porto Alegre, um lugar que sempre tive prazer em competir.

E o que tu podes nos dizer sobre essa raia aqui do Guaíba em que vais competir?

É uma raia muito dinâmica e, pelo Guaíba ser raso, há uma onda picada que dificulta bastante a condução do barco. O vento também é bom, mas você tem a chance de ter uma semana de vento fraco. Então, basicamente é preciso estar pronto para tudo aqui.

Até ontem tivemos o Brasileiro de 29er aqui no Jangadeiros, uma classe jovem que é como uma preparação para a 49er. Que recado você pode deixar para essa nova geração?

Eu acho que o 29er é um barco muito bom, especial para você ir ganhando experiência, já com proeiro e com balão assimétrico, em um esquife, que é o mesmo modelo do 49er. Então, começar cedo nesse barco já é um grande passo. Espero que a gente estimule cada vez mais essa classe, que precisa crescer bastante para depois termos esses velejadores migrando para a 49er, que aí o sonho olímpico começa a ser despertado.

Hoje tivemos o Descobrindo a Vela, que abriu as portas do Jangadeiros para os pequenos. O que a vela pode trazer para essas crianças?

Acho que é essa a mensagem: a criança que vai velejar não tem que ter o intuito de virar um campeão, mas de ter prazer naquilo e viver em um ambiente saudável para, aos poucos, criar o instinto competitivo. Mas isso é até secundário. O principal é você aprender um esporte novo e maravilhoso como é a vela.

Estrelas da Copa Brasil de Vela: o multicampeão Robert Scheidt

Robert Scheidt é o maior medalhista olímpico da história do Brasil, estará convivendo e treinando no Jangadeiros nesta edição da Copa Brasil. O iatista é dono de 5 medalhas em Jogos: ouro em Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser); prata em Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star) e bronze em Londres/2012 (Star).

O bicampeão olímpico ainda disputou mais uma Olimpíada, a sexta na carreira, na Rio 2016. E aos 43 anos, disputando com atletas até 20 anos mais jovens, conseguiu a quarta colocação na classificação geral.

No total, Scheidt soma 176 títulos, sendo 90 nacionais e 86 internacionais, o que inclui 11 mundiais na Laser e 3 na Star.

Em 2017, aos 43 anos, faz sua primeira temporada em uma nova classe, a 49er. Dessa experiência pode nascer um novo ciclo olímpico do iatismo para Tóquio 2020. Na etapa de Miami da Copa do Mundo de Vela, disputada em janeiro, no City of Miami Regatta Park, nos Estados Unidos, conseguiu o 16º lugar na disputa que reuniu 26 barcos com os melhores iatistas do planeta.

Ao lado do proeiro Gabriel Borges, o bicampeão olímpico sabe que vai precisar de tempo para se adaptar ao desafio de velejar em um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no iatismo. Por isso, encara todos os treinos e competições como uma forma de ganhar experiência até decidir se estará na raia olímpica em Tóquio.

Robert Scheidt é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.

Robert Sheidt competindo na nova classe, a 49er

Robert Sheidt competindo na nova classe, a 49er

Nadal bate Robert Scheidt e fica com Oscar do esporte

A brilhante campanha de Robert Scheidt em sua volta à classe Laser rendeu ao velejador brasileiro a indicação ao Laureus 2014, considerado o Oscar do esporte, na categoria “Melhor Retorno do Ano”. Entre os fatores que credenciaram o velejador brasileiro a disputar o prêmio foi a conquista do o 11º título mundial na classe (o 14º da carreira), em Omã, aos 40 anos, em novembro de 2013. Mas nem isso foi suficiente para bater o tenista Rafael Nadal, que, após oito meses afastado das quadras, em virtude de uma séria lesão, venceu 10 torneios e recuperou a liderança do ranking mundial.

O atleta espanhol recebeu a distinção em cerimônia realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, na última quarta-feira, 26 de março. O piloto de Formula 1 Sebastian Vettel desbancou o favorito Usain Bolt como melhor do ano, entre os homens, e a nadadora norte-americana Missy Franklin foi a melhor entre as mulheres.

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Foto: Lloyd Images/Arquivo.

Robert Scheidt é indicado ao Laureus 2014

Maior atleta olímpico brasileiro em todos os tempos, Robert Scheidt pode conquistar mais um prêmio inédito para a Vela do Brasil. O velejador foi indicado ao prêmio Laureus 2014, o Oscar do Esporte, na categoria ‘Melhor Retorno do Ano’, pela campanha brilhante no retorno à Laser, coroada com o 11º título mundial na classe (o 14º da carreira), em Omã, aos 40 anos, em novembro de 2013. Antes de retornar à Laser, Scheidt se dedicou durante oito anos à classe Star. A cerimônia de premiação será realizada em 26 de março, em Kuala Lumpur, na Malásia.

Scheidt concorre com outros nomes fortes do esporte: o jogador Ronaldinho Gaúcho, que ajudou seu time, o Atlético Mineiro, a conquistar a Libertadores em 2013; o tenista espanhol Rafael Nadal, que superou uma lesão para vencer dez torneios, entre eles o Grand Slam de Roland Garros; e o golfista norte-americano Tiger Woods, que venceu cinco eventos do torneio da PGA dos Estados Unidos e também retomou a liderança do ranking mundial, após algumas temporadas em queda.

Se vencer, Scheidt será o primeiro atleta olímpico brasileiro a conquistar o Laureus. Na categoria em que o velejador concorre, apenas o jogador Ronaldo “Fenômeno” foi premiado, em 2003. O Brasil também venceu as categorias Equipe do Ano, com a seleção brasileira de futebol (2003); Para-atleta do Ano, com Daniel Dias (2009 e 2013); Atleta de Ação do Ano, com Bob Burnquist (2002); e Prêmio pela Carreira, com Pelé (2000).

Único brasileiro com 14 títulos mundiais no esporte olímpico, Scheidt também venceu em 2013 a Star Sailors League, nas Bahamas, com Bruno Prada, apenas um mês depois do Mundial de Omã. Pelos seus feitos, foi indicado para o Hall da Fama da publicação britânica Seahorse Magazine. Scheidt concorreu com o neozelandês Russel Coutts, medalhista de ouro nos Jogos de 1984, na Finn, e pentacampeão da America’s Cup. Superou-o e foi escolhido como melhor velejador do mês de março deste ano em votação online. “É a revista mais importante do mundo da vela e contar com esse reconhecimento, depois de fechar o ano com duas conquistas importantes aos 40 anos, é um grande estímulo para as próximas competições”, comenta o brasileiro.

Competição com gosto de estreia em Mallorca

A cerimônia de premiação do Laureus 2014 não deve contar com a presença de Robert Scheidt. O velejador seguirá para Palma de Mallorca, na Espanha, em 23 de março, para a 45ª edição do Trofeo SAR Princesa Sofía Mapfre. Válida pela quarta etapa da Copa do Mundo de Vela 2013/2014, a competição terá gosto de estreia para Scheidt, que fará sua primeira disputa na raia espanhola na classe Laser, entre 29 de março e 5 de abril. “Eu sempre competi em Palma na Star”, conta Scheidt, que venceu a competição duas vezes na classe, em 2007 e 2012. “Velejar de Laser em Palma é uma novidade para mim, e me deixa animado. Será bem divertido.”

A etapa de Palma de Mallorca da Copa do Mundo de Vela marca o ponto de partida para a temporada europeia, com presença maciça dos velejadores do continente em campanha para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Cerca de 800 atletas de 50 países devem participar da competição espanhola. “O Trofeo Princesa Sofia é tradicionalmente um dos três eventos mais fortes do ano. O resultado final não será tão importante, mas é claro que vou brigar pelo pódio”, destaca o velejador.

Com a exclusão, agora oficial, da Star da Olimpíada de 2016, Scheidt se concentra integralmente na campanha olímpica de Laser. De acordo com o velejador, o Trofeo Princesa Sofia também é importante como preparação para os principais desafios de 2014. “Neste ano teremos o primeiro evento-teste para a Olimpíada, no Rio de Janeiro, e o Mundial de Santander, classificatório para os Jogos do Rio. O Brasil já tem as vagas asseguradas, por ser o país-sede, mas para os outros é fundamental fazer um bom resultado, por isso será outra competição duríssima, reunindo os melhores do mundo”.

 

Campanha de Robert Scheidt desde a volta à Laser

Ouro no Campeonato Italiano de Classes Olímpicas – Scarlino (ITA), setembro/12

Ouro no Campeonato Brasileiro de Laser – Porto Alegre (BRA), janeiro/13

Ouro na Semana Brasileira de Vela – Rio de Janeiro (BRA), fevereiro/13

Ouro na Laser Europa Cup – Garda (ITA), março/13

Prata na Semana Olímpica Francesa – Hyères (FRA), abril/13

Prata na Semana de Vela de Kiel – Kiel (ALE), junho/13

Ouro na Rolex Ilhabela Sailing Week, na Star, com Bruno Prada – Ilhabela (BRA), julho/13

Prata no Campeonato Europeu de Laser – Dublin (IRL), setembro/13

Ouro no Mundial de Laser – Mussanah (OMN), novembro/13

Ouro na Star Sailors League Finals – Nassau (BAH), dezembro/13

Ouro na Copa Brasil – Niterói (BRA), janeiro/14

Prata na etapa de Miami da Copa do Mundo de Vela – Miami (USA), fevereiro/14

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Maior atleta olímpico brasileiro

Laser

Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt

Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star

Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além deles, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe

Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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Da assessoria do velejador.

Foto: Lloyd Images.