Sócio do Clube dos Jangadeiros realiza “batismo em alto mar” em trajeto embarcado até Santa Catarina

Desejo surgido desde a formação no Curso de Iniciação à Vela, Marcelo Dutra saiu de Porto Alegre e velejou até Florianópolis durante a primeira semana de dezembro

Um desejo que se tornou realidade. É assim que pode-se definir, literalmente, o que aconteceu com o sócio do Clube dos Jangadeiros, Marcelo Dutra, que fez seu “batismo em alto mar”. O associado, no início do mês de dezembro, realizou o desafio que foi ter saído de Porto Alegre e chegar em Florianópolis, em Santa Catarina, cruzando a Lagoa dos Patos e, depois, as costas gaúcha e catarinense. A viagem, feita a bordo do veleiro Salvo Conduto, foi cumprida em uma semana, entre os dias 6 e 10 deste mês e totalizou 500 milhas náuticas.

Dutra conta que este era um desejo desde a conclusão do Curso de Iniciação à Vela de Cruzeiro, feito no Jangadeiros, em 2018. O sócio diz que o convite para compor a tripulação do Salvo Conduto, a fim de levar o barco até Florianópolis para participar da 53ª Regata Volta à Ilha de Santa Catarina, foi feito pelo amigo Renê Garrafielo, comandante da missão até a Capital catarinense. “A nossa viagem foi feita em duas partes. A primeira, que durou um dia de velejo, foi de Porto Alegre até Rio Grande. A saída para Florianópolis aconteceu na quarta-feira pela manhã”, relata Marcelo, que diz ainda ter sido a primeira vez que navegou pela Lagoa dos Patos. Compôs a tripulação o velejador e sócio do CDJ César Missiaggia.

A viagem até Florianópolis, segundo Marcelo, durou 60 horas, sem qualquer tipo de escala ou tempo para descanso. Esta também foi a primeira vez do sócio, velejando em alto mar. Para ele, um dos desafios, além do tempo passar mais devagar durante a viagem e não ter contato telefônico com a família, foi o de navegar dois dias e meio, sem pausas ou paradas, sempre na maior velocidade possível. “Nós fazíamos turnos de serviço no barco, com ênfase nas madrugadas, a fim de conduzir a embarcação, evitando qualquer contratempo, já que há muitas outras embarcações em alto mar, especialmente pesqueiros que trabalham a noite”, diz.

Marcelo mostra o peixe pescado que serviria de almoço

Marcelo Dutra é Coronel do Exército e trabalha, atualmente, no Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA). O sócio conta que os companheiros de trabalho, ao saberem da viagem em alto mar, ficaram muito curiosos em como seria a viagem náutica do militar até Santa Catarina. “Por serem profissionais da Força Terrestre, há muita surpresa deles por este interesse meu no mundo da vela e o desejo de saber como seria o meu desempenho embarcado por tanto tempo em pleno mar aberto”, comentou.

A chegada em Florianópolis aconteceu na noite do dia 10 de dezembro, uma sexta-feira. Marcelo relembra que foram bem acolhidos no Iate Clube de Santa Catarina (ICSC) e que, assim como os colegas do CMPA, também ficaram surpresos com o tempo de viagem feita pela costa, já que, segundo o sócio, não há o costume dos barcos que saem de águas catarinenses descerem ao Rio Grande do Sul.

Para Dutra, este foi um grande privilégio em meio aos quase dois anos de tempos adversos vividos recentemente em função da pandemia. Mesmo com o contravento no início da jornada até Florianópolis, além do receio inicial, diz que foi uma viagem prazerosa, desafiadora e que gerou muita reflexão. “Durante a viagem, diante de um céu estrelado, longe das luzes da cidade, em meio a tanta água em volta, percebemos perfeitamente a nossa pequenez diante do mundo, e nos vem pensamentos mais profundos de valorização das pequenas coisas da vida que as vezes deixamos de notar, da importância da família, e de como somos privilegiados pela saúde e condições para fazer uma aventura dessas”, relata.

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