Rumo a Refeno 2020, tripulação do veleiro Uruguaiana 3 segue expedição pelo Brasil

Comandante Henrique Freitas compartilha os detalhes da recente navegada  que chegou no sudeste do País.

O veleiro Uruguaiana 3, do Comandante Henrique Freitas, continua sua expedição pelo Brasil rumo à participação na 32ª edição da Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha, a tradicional Refeno.

Lembrando: a 32ª Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha foi confirmada e será realizada no dia 10 de outubro de 2020, com largada no Marco Zero de Recife.

Após ancorar em Santa Catarina na primeira perna da subida pela costa brasileira, a tripulação chegou ao sudeste do País. O Comandante Henrique compartilhou os detalhes da recente navegada no diário de bordo abaixo. Confira!

U3 rumo à Refeno: Diário de Bordo da etapa 2
17/6 JIC em Joinville a 11/7 Clube Naval em Niterói (24 dias)

A tripulação: Henrique Freitas e César Missiaggia.

“Tivemos muita alegria nessa etapa, autonomia plena em tudo, água, comida, energia, etc. E vimos lugares bárbaros, a abordagem de Santos, e os barcos e veleiros lá aquerenciados, lindos, enormes. Recebemos ali, para um churrasquinho a rigor, com meu filho Pedro e sua pequena família. Na ida para Ilhabela, a poita e as rajadas inesperadas de 49 nós. Na ida para o Saco da Ribeira em Ubatuba, local lindo e com recantos a visitar.

Comandante Henrique Freitas, do veleiro Uruguaiana 3, com o filho Pedro e a neta Olívia. Foto - Arquivo pessoal Henrique Freitas

Comandante Henrique Freitas, do veleiro Uruguaiana 3, com o filho Pedro e a neta Olívia.

A ida para o Mamanguá, seria para a Enseada do Sono, mas avaliamos que seria melhor ali perto não chegar, pois vento de um lado, mar brabo de outro, explodindo literalmente na praia e nas pedras, então esticamos ao Mamanguá. No dia seguinte, Cotia, almoço, paz demais, seguindo para a Praia dos Vagabundos, em Paraty, e vendo o barco atual do Amyr Klink. Depois, Cedro: bárbara, linda, parando no cantinho, Tarituba, especial, calma, quieta, pescadores, comida no trapiche, por pila um bom bobó de camarão.

Dali fomos para Angra, por caminhos de dentro, lindos, cada ilha uma história diferente, em Angra uma bela recepção por um amigo recente e generoso. Trapiche particular, uma impressão diferente do local e uma visitinha para erva-mate delivery ao #SAL, magro de 20kg a menos, promovido de fofo a magrão! De Angra, rumamos para Ilha Grande. Nossa! Belezas demais. Saco do Céu: calmo, barquinho com cardápio, helicópteros, barcos de luxo. Dali para o Abraão: montanhas lindas, e depois para Palmas, maravilhosa, silenciosa em dia de semana, uma caminhada morro acima, morro abaixo, à praia de Lopes Mendes: maravilhosa.

E assim rumamos ao desafio de chegar ao Rio de Janeiro, que foi devagar se formando, Pedra da Gávea, montanha do “Robérrrrtu Carluixxxxx”, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, e assim fomos, até Niterói. No Clube Naval, fomos muito bem recebidos, e uma beleza que, a meu ver, bate bem de frente com a do Rio. Nossa! Maravilha de geografia, morros, fortes, encantadora. E foi isso. Agora, entre 27/7 e 25/8, iniciamos a etapa a Rio-Recife”.

As datas“17/6 viajamos de carro a Joinville, por sorte, o ‘motora’ foi o nosso coach, generoso, Eduardo Bojunga de Oliveira, davela.com.br, pois em muito nos ajudou no apronto para partir, ali em 17 e em 18/6. No 19/6 partimos, 24 dias pois, no total, até irmos a Porto alegre de avião, no 11/7”.

As lições“incontáveis lições, mas algumas delas: usar as poitas, muitas em mau estado, emendar rapidamente cabos para dar conta de uma situação, subir e descer o bote em certas circunstâncias, estudar os passage-plans, estudar a méteo constantemente, passar a perna no rádio, com um mau contato qualquer, costurar a mestra num cantinho que estava se descosturando [a nossa velha, de Delta 32]”.

“Usar escotas da genoa, de bombordo e de boreste, mesmo se a escota auto-cambante a full, ajuda a melhor trimar regular as velas. e uma certa hora, por alguma razão, a auto-cambante soltou um pino da manilha, mas ficou presa entre as outras 2 escotas que colocamos, por sorte! Testamos algo no nosso controle do bow thruster, tivemos ajuda do Junior Araken, via fone. E sempre ajuda do nosso coach, com quem discutíamos as ações. As poitas, uma novela cada delas, algumas em estado deplorável. Usar luvas, ter cuidado, bem fácil se machucar. Saímos ilesos.”

Os pontos de parada“escolhemos o Iate Clube de Santos (ICS), Iate Clube de Ilhabela (ICI), uma poita qualquer no Saco da Ribeira em Ubatuba, um amigo indicou uma poita, mas não localizamos, chovia, ferro no Mamanguá, Cotia, Paraty, Tarituba, amigo em Angra, ferro em Ilha Grande, no Saco do Céu, Abraão e Palmas [aqui ventão, boa distância de tudo], e finalmente, Clube Naval Charitas (CNC), em Niterói”.

“O passage plan e a meteorologia: é fundamental preparar e planejar cada etapa, cada perna, monitorar a meteorologia, situações de mar de um lado e vento de outro trazem desconforto. Enfrentamos uma ou duas até agora. Foi isso. Agora 27 e 28/7, apronto. 29/7 suspender para Recife, passando por vários locais de cinema.”

 

Confira também os vídeos da Expedição!