Cruzeirista da Semana | Ricardo Bourscheid

Comandante Ricardo de Campos Bourscheid, do veleiro Tanitcs.

Cruzeirista da Semana Comandante Ricardo de Campos Bourscheid, do veleiro Tanitcs.

O Cruzeirista da Semana do Clube dos Jangadeiros é o Comandante Ricardo de Campos Bourscheid, do veleiro Tanicts.

Sócio desde 1985, Ricardo chegou ao Jangadeiros através do primo e também velejador Eduardo Pellanda que, segundo ele, “acabou influenciando toda família a entrar na vela”. Para o Comandante, que veleja há 30 anos, ser cruzeirista “é saber que chegar é bom, mas estar em viagem é melhor. O destino é só a desculpa para a melhor velejada”.

Confira a entrevista especial com o Comandante Ricardo de Campos Bourscheid.

– Quais campeonatos ou eventos da vela que já participou?
Difícil falar, pois participo de campeonatos desde a adolescência. Eu diria que alguns…, mas acho que as competições que mais marcaram foram: 1º lugar campeonato gaúcho ORC Club, Vice Brasileiro ORC Club, Fita azul Troféu Seival e Regata em Solitário.

– O que mais gosta no clube? Quais as melhores lembranças no Jangadeiros?
O que eu mais gosto no clube é a energia de quando você está passando do continente para a ilha. Boas lembranças no clube, é o que mais tenho de lá. Desde as primeiras vezes que íamos toda a família para passar o final de semana, os almoços de domingo (ah o pudim da Milka). As festas do “Quebra tudo” as festas de debutantes, os casamentos, os aniversários, os churrascos. Mas também temos que falar regatas, campeonatos.

– Para você, ser cruzeirista é:
Ser cruzeirista é saber que chegar é bom, mas estar em viagem é melhor. O destino é só a desculpa para a melhor velejada. “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!” – Heráclito de Éfeso.

– Uma grande recordação de velejada?
De Porto Alegre a Rio Grande, com toda família. Uma linda e inesquecível velejada pelo mar de dentro (Lagoa dos Patos) com lua cheia. Fomos de Balão de Itapuã ao canal da Feitoria.

– O que não pode faltar no barco?
Comida, porque quanto mais comida, mais tempo você pode velejar. Parece uma bobagem, mas você sempre fica mais tempo na água do pensava que iria ficar. Velejar é bom, bem alimentado é melhor ainda.

– Quais as principais dicas você daria para quem gostaria de velejar e comprar um barco?
Fale com pessoas de mais experiência, participe do meio náutico. Pegue umas caronas, faça o curso de vela na nossa Escola de Vela Barra limpa. Pesquise, assista alguns vídeos, no Youtube hoje existem inúmeros canais falando sobre o assunto.

– Quais veleiros já teve?
Os veleiros, na verdade, sempre foram da família. O Pinguim (viração), Micro 19 (Tanicts), Laser (Tanicts Jr.), Delta 26 Tanicts, Delta 36 Tanicts.

– Para você, velejar é:
É flutuar literalmente, é uma sensação difícil de descrever, mas quem gosta sabe que o simples fato de estar boiando mesmo com o barco no cais, já é uma satisfação. Velejar é conectar-se com a natureza, desenvolver a sensibilidade de trimar as velas. Velejar é saber que o pirata usa o tapa olho, não porque seu olho é de vidro, mas sim porque está acostumando a vista para noite. Vela significa muitas coisas para muitas pessoas. Se você ama navegar pelo desafio de explorar novos horizontes, a sensação de liberdade, uma conexão com a natureza ou porque você é naturalmente competitivo, há muitas razões para amar o esporte.

– Lugares memoráveis que já velejou?
Rio Guaíba, Lagoa dos Patos e tem os outros locais também, mas de importância reduzida (dizem o gaúcho é bairrista). Travessia New York à Fire Island, com meu pai. Ilha do Arvoredo e Caribe.

– O que a vela representa na sua vida?
O barco é símbolo da travessia, da viagem cumprida. Velejar é relaciona-se à travessia em direção a vida. Antes da quarentena estava exercendo algumas atividades no veleiro, o @navegapoa e @primesail para quem tiver mais interesse pode conferir no Instagram. Agora, em tempos de afastamento social, é uma forma de convivência saudável com os mais próximos. Um enorme prazer e uma imensa necessidade que nos ajuda a superar as dificuldades destes momentos.

– Torce pra algum time?
Torço, mas sou assintomático (risos). Grêmio, até já fui uma vez na Arena para conhecer.

– Recado final para os velejadores:
Olhem menos a previsão de tempo e velejem mais. Ah e levem comida de sobra.
“Se não sais de ti não chegas a saber quem és.
Hás de devolver o viço à planta dos pés.
Hás de correr o risco abandonar o cais.
Içar as velas e apenas ir.
Pois o pior naufrágio é não partir” (autor desconhecido)