Jangada News – 20 de maio de 2016





Jangada News
Newsletter do Clube Jangadeiros – Porto Alegre – Edição 20 de maio de 2016

Jangadeiros: uma história construída pelo amor de seus sócios


  Da esquerda para direita: (atrás) Fernando Albuquerque, Sílvio Perez, Américo Haiml,                               Ralph Johnstone, Wagner Pereira, Paulo Renato Paraeda, Luiz Pejnovic, Luiz Landgraf, Waldemar Bier,   Mario Teixeira e Bonifacio Rancer. (À frente) Kurt Keller, Michael, Ninho, Luiz Carlos Lund, Arno Keller e   Roberto Trindade.

Dezembro de 1941, quase 75 anos distante no tempo, é a data que deu início ao que hoje é o Jangadeiros. Embora idealizado por Leopoldo Geyer, o clube não é resultado de uma individualidade. Toda sua trajetória é marcada pela união daqueles que acreditaram em um projeto que nasceu como uma ideia ousada.

Sete décadas e meia depois, histórias não faltam para ilustrar o que a união e o amor de seus associados foi capaz de promover. Seja na força de manter uma tradição viva com passar dos anos ou no empenho de chegar mais longe pelo esporte, o Jangadeiros se tornou o local em que até uma improvável construção nasceu em meio ao Guaíba.

 

Uma churrasqueira dá início a uma tradição de mais de meio século

Pontualmente às 19h, começa mais um encontro do “Churrasco dos Piranhas”. Na pauta um pouco de futebol, uma pitada de política e muitas lembranças. Recordações de um tempo em que o clube não era nem sombra do que é hoje.

Pouco mais de meio século atrás, o Jangadeiros ainda não contava com uma churrasqueira para preparar as suculentas carnes assadas pelos competentes Silvio Perez e Mário Teixeira. Tudo mudou quando houve a troca na comodoria, conforme recorda Kurt Keller, um dos sócios mais antigos e também um apaixonado pelas histórias que viu surgir na beira do Guaíba.

“O Geraldo Linck foi convidado pelo Edgar Siegmann, por Edmundo Soares, por Cláudio Aydos e por mim para ser o comodoro da gestão de 60 a 62. Ele topou, mas com uma condição: que eu fosse seu vice-comodoro. Logo falei que precisávamos de um tesoureiro, um cara que mexesse com dinheiro. Foi então que convidamos o Eduardo Aaron, que veio do Iate Clube Guaíba”, lembra Keller.

Assim como Link, Aaron aceitou o convite prontamente, mas também com um porém: era preciso escolher uma data fixa e realizar um churrasco todas as semanas, sempre no mesmo dia e sem desculpas. Mas ainda faltava um elemento fundamental para fazer esse encontro acontecer: a churrasqueira.

Nada que um esforço conjunto não fosse capaz de dar conta. Cada sócio contribuiu um pouquinho para que, enfim, o tão sonhado churrasco pudesse acontecer. Pronto, estava criado o hoje tradicional “Churrasco dos Piranhas”, que já dura 56 anos sem falhar uma terça-feira sequer. Não há tempo ruim capaz de cancelar o encontro.

Mais uma prova da importância que o Jangadeiros ganha na vida de seus frequentadores. Além de um espaço de lazer e descontração, o evento se tornou um motivo para celebrar e fortificar amizades, algumas delas com duração de décadas.

A programação é sempre a mesma: toda segunda-feira pela manhã, Neni – como Keller é conhecido pelos demais sócios – manda um e-mail para os amigos, perguntando quem vai ao encontro. Dez, vinte, trinta confirmam e a quantidade de carne é comprada com todo o cuidado.

 

Uma ilha construída pedra a pedra

Entre uma interrupção e outra do sócio Luiz Pejnovic, que auxilia o assador servindo pedaços de salsichão, costela e vazio, Keller continua relembrando histórias do Jangadeiros, que também contam um pouco de sua vida.

“Sou sócio desde 7 de dezembro de 1941, data de fundação do Clube. Quando Leopoldo Geyer inaugurou o trapiche, ainda em janeiro de 1942, eu e meu irmão estávamos ao lado do muro, pouco mais de uma cabeça acima dele. Atrás de nós estava Cláudio Aydos. Meu irmão está com 82 anos, eu faço 80 na semana que vem e o Cláudio tem 87. Nós somos os três mais antigos do Jangadeiros”.

Quem chega ao Jangadeiros hoje em dia e vê aquela ilha imponente pode até não saber, mas ela nem sempre esteve por ali. Como tudo no Clube, foi construída com muito amor, conta Neni, com os olhos marejados e apontando para o seu próprio coração. É resultado de uma tarefa árdua e exaustiva.

“Era tudo, tudo no braço. Nós fizemos essa ilha trabalhando todas as terças-feiras. Seu Dorival levava uma chapa que nós conseguimos emprestada. Ela era encostada na pedreira e os trabalhadores carregavam com pedra. Na sexta-feira à noite, Dorival ia buscar e amarrava entre duas estacas. No sábado e domingo, íamos em grupo eu, Edmundo Soares e Geraldo Linck e descarregávamos uma a uma com a mão. As pedras afundavam e tu não via mais, porque elas caiam, rolavam e ficavam como uma pirâmide”, relembra em detalhes.

A construção continuaria nesse ritmo por décadas não fosse a chegada de um engenheiro, responsável por apresentar uma técnica inovadora e mais rápida. Por meio de um tecido, feito de material sintético, o protótipo estrangeiro conseguia conter o aterro sem a necessidade de colocação de brita. Tudo com alta durabilidade, sem apodrecer. Mais tarde, o teste seria implementado em diversas outras ilhas naturais.

Depois de 15 anos, a estrutura ficou pronta e o resultado não poderia ser melhor. Hoje denominada oficialmente Ilha dos Jangadeiros Geraldo Tollens Linck, homenageando um dos responsáveis pela sua construção, o complexo é um grande centro das atividades do clube. Com cerca de sete hectares de área, esse cartão postal possui instalações capazes de garantir o seu perfeito funcionamento e encantar a todos a cada fim de tarde.

Um canhão holandês em terras gaúchas

Mas não apenas a ilha foi construída de pedra em pedra. Toda a história do Jangadeiros de encontros que se sucederam ano após ano, pouco a pouco. Um deles aconteceu em uma regata da Escola Naval e colocou integrantes do clube em contato com o então capitão de fragata Maximiano Eduardo da Silva Fonseca.

“Ele teria que passar à capitão de mar e guerra, a contra almirante, a vice-almirante, a almirante de esquadra e depois teria que ser escolhido pelo presidente como ministro. Esse cara conseguiu todas essas promoções, foi até à Escola Naval, tirou o canhão de dentro d’água e mandou para o Jangadeiros”, conta Neni na companhia do sócio Roberto Munhoz, que ajuda a relembrar os detalhes.

O canhão dado como presente é um modelo holandês, que costumava fazer parte da fachada da Escola Naval da Ilha de Villegagnon e ficava no acesso frontal para a entrada da Baía de Guanabara. Hoje apoiado em um carrinho de madeira, ele é parte do Jangadeiros e mais uma das histórias que ajudaram a construir a trajetória de 75 anos do clube.

Primeiro Mundial de Vela realizado no Hemisfério Sul

E por falar em histórias, não dá para pensar no Jangadeiros e não lembrar da relação do Clube com os esportes náuticos. Fernanda Oliveira, atleta revelada aqui e que neste ano disputa os Jogos Olímpicos 2016 na classe 470 da vela, é um dos exemplos mais icônicos, mas está longe de ser o único.

Afinal, a ligação com o universo esportivo não vem de hoje. Se difundir e expandir a prática do iatismo na capital gaúcha era um dos objetivos de Geyer desde o início, em 1959 o clube teve a honra de receber o Campeonato Mundial de Vela e chegar mais perto desse sonho.

“Eu disse para os organizadores da Classe Snipe que nós iríamos fazer o campeonato 20 barcos iguais ao meu, o que foi aprovado. Nós não só os construímos como toda a competição foi um sucesso completo. Isso tudo a gente fez por amor ao clube”, recorda Keller enquanto outros sócios se aproximam para oferecer um pedaço de carne recém saído da churrasqueira.

Aliás, amor ao clube é o sentimento que parece resumir os 75 anos do Jangadeiros e a relação com seus associados, desde os mais antigos até os recém chegados. É uma lição que passa de uma geração para a outra e ajuda a tornar o que era apenas sonho em um dos maiores clubes náuticos da capital gaúcha, além de uma referência no Brasil. 

 Fernanda Oliveira carregará a Tocha Olímpica no
Rio Grande do Sul

Já está confirmado, a nossa atleta olímpica, Fernanda Oliveira, foi escolhida pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul para carregar a tocha olímpica no dia 8 de julho, em Esteio. 

Só para lembrar: Fernanda começou a velejar no Janga em uma colônia de férias aos 11 anos. A partir daí exibe uma coleção de títulos que orgulha o Brasil, o Rio Grande do Sul e o nosso Clube. É 18 vezes Campeã Brasileira (1996, 1999 a 2015). Neste ano, irá comemorar a sua quinta participação em Jogos Olímpicos (Sydney/2000, Atenas/2004, Pequim/2008 e Londres/2012). Nos Jogos de Pequim, foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha (Bronze) na modalidade feminina. Veleja na classe 470 com a parceira Ana Barbachan desde o final de 2009. Entre janeiro e maio deste ano, a dupla trouxe para o País seis títulos internacionais.

João Emílio Vasconcellos é campeão júnior do Estadual de Laser Radial

Os atletas do Jangadeiros foram até Pelotas, no sul do Estado, para fazer bonito no Campeonato Estadual de Laser Radial. Na categoria júnior, até 18 anos, única com representantes do Clube, João Emílio Vasconcellos foi o grande campeão, Guilherme Perez ficou com o Bronze e Diego Falcetta em 4º lugar. Os 15 velejadores que disputaram o campeonato na Praia do Laranjal em quatro categorias enfrentaram ventos de 11 a 16 nós no sábado. 

Lembrando: em fevereiro deste ano, João Emílio conquistou o título de vice-campeão sul-americano sub-18 na classe Laser 4.7 e em janeiro o de vice-campeão brasileiro na mesma categoria.

 

“Foi um campeonato difícil com um nível bastante alto e foi o primeiro de radial que eu competi. Experiência importante para treinar para a Copa da Juventude”
João Emílio

“Valeu pela experiência de correr pela primeira vez em um campeonato de radial, tenho que cuidar pra não cometer erros pequenos, que fazem diferença lá na frente”
Guilherme Perez

“Foi uma competição pequena e, por isso, deu pra conhecer mais o pessoal de outras flotilhas. A maior dificuldade foi o nosso tamanho, porque os outros competidores eram bem maiores do que nós e com o vento forte isso pesa bastante. O resultado foi até melhor do que o esperado.”
Diego Falcetta

Sócios aspirantes já aproveitam a nova tabela de valores

“Acho muito bom! Sou sócio desde que nasci, então o fato de haver ou não a redução na mensalidade não ia afetar minha permanência no clube, mas foi uma excelente ideia. Acredito que é um ótimo incentivo para as pessoas que querem se associar.”

Salvatore Meneghini, 22 anos.

“Achei a mudança ótima! É bem justo assim porque o pessoal mais novo geralmente não tem uma renda grande, então essa classificação por idade faz muita diferença na hora de pagar a mensalidade.”
Vinicius Protskof Szabo, 21 anos.


NOVA TABELA DE SÓCIOS ASPIRANTES (18 a 30 anos)

Mensalidade até abril de 2016
R$ 131,59

A partir de 1º de maio
de 18 a 20 anos: R$ 67,72
de 21 a 23 anos: R$ 77,42
de 24 a 26 anos: R$ 110,72
de 27 a 30 anos: R$ 146,06

 Regata do 86º aniversário do Iate Clube Guaíba

 

Nas comemorações que acontecem neste final de semana (21 e 22), o Iate Clube Guaíba realizará regatas de monotipo, solitário, velejaço, microtonner19, J24 e barcos de aço. As inscrições podem ser feitas na própria secretaria esportiva do Janga, pelo valor de R$30,00. 

Informações: www.iateclubeguaiba.com.br

Em foco, a sócia Beatriz Kazmierczak


Quando Beatriz foi apresentada ao Jangadeiros por um amigo, há 8 anos, se apaixonou imediatamente pelo Clube. Sócia desde então, a arquiteta ama levar a família para passear no seu Aequilibrium, um Van De Stadt 29 pelo Tranquilo, Arado, Saco do Jacaré, Aracá, entre muitos outros recantos lindos do Guaíba.  

Mesmo com o frio, Beatriz, junto com o marido Carlos Alberto Diehl e o filho Cristiano, de 11 anos, costumam velejar e são presenças constantes nos espaços do Clube. “A comida dos restaurantes é ótima! Além disso, uso muito a academia e a churrasqueira, especialmente agora no inverno”, diz

“Adoramos a Ilha porque é um refúgio da vida conturbada da cidade. Me sinto fora de Porto Alegre. Meu marido costuma dizer, quando vamos ao clube, que volta com “os olhos cheios de rio”.

Atenção iatistas, regatas de monotipos no final de semana no Jangadeiros!


A partir das 10h de sábado e de domingo, os velejadores das classes laser 4.7, standart, radial, e Hobie Cat 14 e 16 são convidados a participar das regatas da Fevers no Janga. 

Já os atletas do snipe, entram na água às 14h, também no sábado e domingo, para correr as regatas internas do Clube. Informações em (51) 3094-5779 ou pelo e-mail escoladevela@jangadeiros.com.br.

Vamos preservar?

Com a chegada do inverno, a grande quantidade de chuvas e de ventos fortes acaba levando lixo para o Guaíba. Isso não só prejudica o meio ambiente e a vida dos animais, como estraga a beleza do seu visual. Lembre-se, o Guaíba é a nossa casa, contribua recolhendo sues dejetos.

 

Galeto da Flotilha de Snipe comemora 75 anos do Clube relembrando histórias da classe


No dia 4 de junho, sábado, a flotilha de Snipe realizará um galeto no Espaço Gourmet às 19h. No evento, os membros irão relembrar a história da Classe dentro do Jangadeiros, durante os 75 anos do Clube. O ingresso custa R$30,00, com a bebida já incluída. Venha relembrar e conhecer a história de uma das Classes mais vitoriosas do Janga!

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