San Chico 3 é o grande campeão da XXVI Edição do Troféu Cayru
O último final de semana foi marcado pela disputa de mais uma edição do Troféu Cayru, a XXVI da história. A tradicional competição de Vela de Oceano movimentou as águas, particularmente agitadas, do Guaíba.
O principal evento náutico organizado pelo Clube dos Jangadeiros conta pontos para o campeonato estadual das classes BRA-RGS, ORC-INT, Microtoner 19 (MT 19) e J24. Mas mais do que fazer parte do calendário oficial da Federação de Vela do Rio Grande do Sul (Fevers), o Troféu Cayru é especial para o CDJ. Ele marca a presença, os atos de Leopoldo Geyer e grava para sempre o nome de um de seus tantos barcos que possuiu, um dos tantos cayrus, conforme lembra o comodoro Manuel Ruttkay Pereira.
“Especificamente um Clube que cresceu vendo seus pequenos monotipos trazendo glórias imensas e catapultarem o Jangadeiros para o lugar onde ele está, tem o seu principal troféu- que olha para trás, que vai em direção ao nosso fundador – disputado por barcos maiores, por tripulações maiores que também muito glorificam o nosso CDJ”, completa.
Esta XXVI edição do Troféu Cayru, em especial, foi agraciada com condições climáticas ideais para se velejar. O diretor de regatas do Jangadeiros, Dedá, reconhece os bons ventos, principalmente no primeiro dia. “Tivemos a sorte que na regata longa – que monta a Ilha das Pombas – teve um vento muito bom. Assim as embarcações fizeram uma velejada sem problemas, a grande maioria chegou ainda com o sol em cima. O último barco cruzou por volta das 8 horas da noite”, explica.
No domingo, o dia continuou bonito, mas a intensidade do vento diminuiu, variando de média para fraca. Mesmo assim, tanto o velejaço quanto as duas regatas de Barla-Sota na raia da Pedra Redonda aconteceram normalmente. “O Clube está de parabéns com o San Chico 3 de vencedor, trazendo o Troféu casa de novo”, encerra Dedá.
Comandado por Xico Freitas, o San Chico 3 foi quem arrematou as premiações mais cobiçadas, os Troféus Cayru e Barco Fita Azul, além do primeiro lugar na classe ORC-INT. Francisco Freitas, pai de Xico e também membro da tripulação campeã, a avalia o desempenho na competição.
“Foi ótimo, foi excelente! A gente não esperava tanto, mas estamos muito felizes. Fizemos três largadas excelentes, o que a gente sempre persegue, pois é um momento difícil da regata. E depois pegamos os bordes certos, a utilização das velas também foi ótima e o barco está esplêndido. Ele está tão bom que até carregando uma taquara, a gente não sentiu tanto” brinca.
Devido à intensidade dos ventos, os barcos tinham de desviar de obstáculos, pois havia muito material solto dentro do rio. Xico conta que ainda na Ilha, perto da Ponta Grossa, acabaram pegando uma taquara que os ‘acompanhou’ o percurso inteiro. “Nós achamos que ela tinha escapado, mas descobrimos que continuava presa no nosso barco quando fomos colocá-lo dentro do box. Mas foi legal! Descemos lá da Ilha das Pombas muito forte”, conta.
Com a vitória o San Chico 3 consegue o primeiro lugar no Campeonato Estadual de ORC-INT após duas etapas. O barco já havia ficado na segunda colocação no Circuito Cone Sul em setembro. Agora faltam quatro regatas Barla-Sotas, que serão disputadas no final de novembro, para definir o campeão em 2016. A tripulação também se prepara para competir em uma regata em Punta Del Este.
Noite de premiações também reconhece campeões das outras classes
Mas não foi só Xico Freitas a bordo do San Chico 3 que fez bonito no Cayru. Os campeões das outras classes também receberam seus merecidos reconhecimentos e também avaliaram suas participações no evento.
O Comandante do barco TAZ, Augusto Moreira (VDS), campeão na Classe RGS-BRA, destacou que a velejada de sábado foi fantástica. “Vento forte, muita corrente. Foi uma regata dura porque exigiu muito da tripulação. Eu, por exemplo, não consegui ficar nenhum segundo desligado porque se não o barco já batia na onda”, completa.
Já comandante José Eduardo Schuner Araújo (SAVA), campeão na Microtoner MT19 a bordo do Batucada, ressaltou a competitividade do Troféu Cayru. “Esse ano foi muito disputado, tiveram várias trocas de posição tanto na regata longa, quanto na curta. Foi tudo muito bem organizado e o tempo ajudou muito”.
Os vitoriosos do Velejaço de domingo também deram seus pareceres sobre a competição. Paulo Angonese e Cláudio Penha (CDJ), campeões na classe Cruzeiro 30 a bordo do Kauana III, contam como decidiram participar da regata de domingo. “Participamos da regata longa de sábado na RGS-BRA, mas, hoje, o resto da tripulação tinha outros compromissos, então decidimos correr o Velejaço com o meu barco. E correspondeu a expectativa”, conta Angonese.
Rodrigo Baldino comandante do barco CIBS (CDJ), campeão na classe Cruzeiro 23, compara as condições de navegação dos dias de disputas. “No domingo, dia que competimos, tinha bastante correnteza mas o vento estava mais fraco que ontem (sábado). Foi uma regata mais técnica e com uma largada bem difícil, mas conseguimos completar o percurso em um tempo razoável”, finaliza.
Ainda conquistaram o primeiro lugar no Velejaço em suas respectivas categorias:
Cruzeiro 35 – BARCO MARINA 4 – Comandante Felipe Oliveira de Carvalho (CDJ)
Cruzeiro 40 – BARCO FRIDAY NIGHT – Comandante Frederico Roth (VDS)
Cruzeiro 26 – BARCO REMO – Comandante André Costa (VDS)
Cruzeiro 20 – BARCO CYCLONE – Comandante Fábio Petkowicz (CDJ)
Na regata de solitário de sábado os campeões foram:
Força Livre – BARCO BOA VIDA IV – Comandante Marcelo Bernd (CDJ)
Cruzeiro 30 – BARCO VIVA LA VIDA – Comandante João Pedro Wolff (CDJ)
Cruzeiro 35 – BARCO MANATEE – Comandante Roberto Bins Ely (CDJ)
Cruzeiro 23 – BARCO C’EST LA VIE – Comandante Nelson Ferreira Fontoura (CDJ)
Parabéns a todos os velejadores que competiram na XXVI edição do Troféu Cayru!