O amor de Mario Roberto Dubeux pela classe Hobie Cat
Pai, advogado e um apaixonado pela classe Hobie Cat. Este é Mario Roberto Arantes Dubeux, um pernambucano radicado em Porto Alegre há mais de 20 anos e um dos tantos entusiastas do veloz catamarã criado por Hobie Alter na década de 1960. Filho de Mario José Dubeux Junior, pioneiro da classe no Brasil, o associado do Jangadeiros começou a velejar em 1977, na proa do barco do pai, seu primeiro parceiro na vela. “A minha história na classe é muito singular. O meu pai foi o precursor do Hobie Cat no Brasil e faleceu muito cedo, com 38 anos. Eu tinha 14 anos e era o proeiro dele na época. Aquilo ficou na minha cabeça, como se eu não pudesse deixar a classe acabar. Foi algo que me motivou durante todos esses anos”, revela.
A partir daí, ele realmente não parou de velejar. Mais do que isso, passou a colecionar marcas impressionantes e, claro, amigos para a vida toda. Um deles é Claudio Broxete da Silva, o Mika, responsável por trazer Dubeux para o Jangadeiros no início dos anos 90. “Quando eu mudei para Porto Alegre, o Mika me convidou velejar na proa dele. Aí teve um campeonato brasileiro que a gente voltou brigando no avião, porque desde aquele tempo ele dizia que ia parar. Acabamos comprando dois barcos e separando a dupla”, diverte-se Dubeux, que até hoje tem em Mika um amigo e companheiro de velejadas. Os dois são, inclusive, recordistas em participações em campeonatos brasileiros, tendo disputado as últimas 20 edições.
Mas Dubeux não se restringe apenas às competições em território nacional. Apaixonado pela classe, ele também não perde um campeonato mundial desde 1998. Neste aspecto, o parceiro (e concorrente) é o capixaba Luiz Gonzaga Machado, o Machadão, presidente da Associação Brasileira da Classe Hobie Cat (ABCHC), da qual Dubeux é vice-presidente. “Se eu ligo pro Machadão dizendo que quero ir pro Mundial, antes de eu desligar, ele já comprou a passagem”, brinca o velejador do Jangadeiros. E não foram poucas regatas. Dubeux já competiu no México, na África do Sul, na China, na Nova Caledônia, em Fiji e em outros tantas belas praias do Brasil. Na maioria das vezes, sem apoio, contando apenas com o próprio esforço. “Mas eu vou porque eu gosto mesmo. O Hobie Cat é uma família mundial, tem um espírito diferente de qualquer classe”, explica.
A última empreitada do pernambucano de 49 anos foi o Campeonato Mundial, realizado na Jervis Bay, ao sul de Sydney, Austrália, entre os dias 31 de janeiro e 15 de fevereiro. Lá, Dubeux competiu em parceria com o filho, Victor, na categoria Master, e também com Karoline Bauermann, sua parceria desde 2007, e com quem venceu o último campeonato estadual. A dupla formada com o filho terminou em 56º lugar, enquanto a parceria com Karol ficou na 86ª colocação na Open. “Valeu muito a pena ter viajado até a Austrália e participado deste grande evento. Foi um grande aprendizado, que vou dividir com a turma aí do clube. Isso é o que vale”, ensina Dubeux.
Por sinal, ensinar nunca foi um problema para o advogado, que com frequência promove clínicas ou mesmo convida amigos para conhecer o esporte. “Eu faço sempre uma aposta com quem veleja pela primeira vez comigo. A pessoa pega um cheque meu de mil reais e, se não gostar, pode descontar o valor no banco. Nunca deixei de receber o cheque de volta”, gaba-se o velejador, concluindo: “A classe Hobie Cat é como uma Harley-Davidson, é um estilo de vida”.