Dupla do Jangadeiros compartilha a experiência de participação no IV Rally do Velho Chico
Velejadores da classe Hobie Cat, Mário Dubeux e Karol Bauermann, participaram do evento que visa a preservação do Rio São Francisco.
Entre os dias 1º e 5 de maio, a dupla de velejadores de hobie cat do Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre, Mário Dubeux e Karol Bauermann, participou da quarta edição do Rally do Velho Chico. O evento visa a confraternização e a conscientização sobre a preservação do Rio São Francisco.
Em média, foram mais de sete horas de navegação por dia, entre o início do encontro, que largou de Betume, dia 1 de maio, e encerrou em Niterói, ambos no Sergipe, na tarde deste sábado, 04 de maio. “Chegamos ao ponto final do percurso completando seis horas velejando e passando pelas cidades em um ambiente calmo e tranquilo”, destaca Karol.
Entre o ponto inicial e a chegada, o grupo de catistas e ciclistas percorreu quase 200km no evento, que também passou por Propiá e Garuaru, no Sergipe, o Pão de Açúcar, em Alagoas, e encerrou com a visita a Grota de Angico, em Canindé de São Francisco.
Confira abaixo o diário de bordo do evento, escrito por Mário Dubeux:
Dia 30 de abril
Dia cansativo. Hoje, Karol partiu de Porto Alegre chegando a Aracaju as 14h40. Está esperando uma carona para ir até Betume, onde passaremos a noite. Não é muito distante. Já eu acordei às 5hs, peguei um táxi em Boa Viagem (Recife) e fui até a saída da cidade, em direção ao interior. Lá, esperei minha carona até as 8h17. Viajamos pela zona da mata, agreste e sertão até chegar, depois de quase seis horas de estrada, em Pão de Açúcar (Alagoas), onde será nosso ponto de chegada do Rally do Velho Chico. E porque isso? Justamente para deixar os carros e reboques para que, ao final desta “indiada”, cada qual possa de lá seguir seu destino. Atravessamos o Rio São Francisco de balsa e na localidade de Niterói (Sergipe), ficamos aguardando até as 18h20 a van que ficou de nos buscar para levar até o ponto inicial da trip, que será em Betume/Neopolis (Sergipe). Já na van, devemos chegar para jantar e ter o merecido descanso lá pelas 20h40. Será o primeiro encontro de toda a turma.
Dia 1º de maio
Em Betume/Foz. Foi complicado, devido ao pouco vento. Logo após, tempestade, vento na cara. Mil cambadas em água! Depois, nada de vento. Foram 6 horas na água. Morto de cansados. Câmbio! Porém, a noite fui presenteado com uma baita festa de aniversário surpresa organizada pela amiga Lucia Cunha, que é de Vitória (Espírito Santo).
Dia 2 de maio
Hoje partimos às 9h de Betume e chegamos a Propriá, no Sergipe, por volta das 16h30. Começou com vento bem fraquinho e depois foi aumentando. Um festival de ziguezague, passando por propriedades rurais e lugarejos. É uma flora magnífica! Apenas escutando o barulho da natureza. Agora estamos descansando que amanhã tem mais. O plano é sair por volta das 10h e chegar em Gararu (SE).
Dias 04 e 05 de maio
Pernoitamos, do dia 03 para o dia 04, na Pousada Paraíso, em Gararu. Após um dia inteiro de belas velejadas, chegamos por volta das 16h. No derradeiro dia de Rally, zarpamos aproximadamente às 9h17 e chegamos em Niterói (SE) às 15h20, recorde da última perna de percurso. Paramos apenas para fábrica mergulhos no caminho. A vegetação de caatinga, os paredões de rochas, os cactos, os pássaros, tudo fez com que pudéssemos curtir um cenário único e praticamente exclusivo. Não é qualquer um que faz isso a bordo de um Hobie Cat.
À noite, pernoitamos em Piranhas, Alagoas, bem próximos do fatídico local onde morreu afogado o ator Global Domingos Montagner. Hoje (05), fomos fazer a trilha do cansaço, percorrendo e tentando imaginar os últimos momentos do bando de Lampião e Maria Bonita. Estivemos na Grota de Angicos, local da emboscada que vitimou o casal e iniciou o fim do movimento do cangaço. Resumo: Show!
Confira algumas imagens da aventura: