Cruzeirista da Semana | Comandante César Missiaggia

O Cruzeirista da Semana do Clube dos Jangadeiros é o associado César Missiaggia, Comandante do veleiro Volare.

César já veleja há 13 anos e, recentemente, fez parte da tripulação do veleiro Uruguaiana 3, que subiu a costa brasileira para participar da Refeno 2020. Sócio do Jangadeiros há cinco anos, o Comandante também esteve na Expedição da Lagoa Mirim, no início deste ano.

Confira abaixo a entrevista com o Comandante César Missiaggia:

– Como foi sua chegada no clube?
A primeira vez foi em 2007 quando fiz o curso de vela em monotipo na escola Barra Limpa. Em 2008 fiz o curso de vela oceano, também na EVBL. No ano de 2015, comprei o Volare, que já estava no clube, e nesta data me tornei sócio.

– Campeonatos/eventos da vela que já participou?
O Circuito TECON 2019 e algumas regatas em Porto Alegre. Vários encontros de cruzeiristas promovidos pelo Jangadeiros e outros clubes.

– O que mais gosta no clube?
Difícil escolher. Nossa ilha é fantástica, mas o melhor de tudo são as amizades.

– Para você, ser cruzeirista é:
Gostar de velejar, de conviver com a natureza em suas belezas e regras e de fazer grandes amizades.

– Uma grande recordação de velejada:
Entre muitas, uma em especial: durante uma madrugada de lua cheia, próximo a Abrolhos, ouvindo o canto das baleias.

– O que não pode faltar no barco?
Um bom planejamento e preparação, equipamentos em boas condições, simplicidade, tranquilidade, muita disposição e alegria.

– Quais veleiros já teve?
Fiz dois pequenos veleiros (monotipo) com madeira, tecido de fibra de vidro e resina epóxi.
Posteriormente comprei o Volare, um Oday 23 que possuo até hoje.

– Quais as principais dicas você daria para quem gostaria de velejar e comprar um barco?
Primeiro, faça um bom curso de vela. Depois avalie bem o modelo do barco desejado, considerando como e onde pretende usá-lo. Converse bem com sua família para saber se eles o acompanharão no barco e com que frequência. Peça ajuda a alguém que já possui um veleiro, ou a um profissional ramo, para inspecionar os possíveis barcos antes da compra.

Já de posse dele, procure conhecê-lo bem nos mínimos detalhes e se prepare para resolver os problemas que poderão aparecer. Pratique e treine bastante as “n” manobras possíveis, pois chegará o dia em que você precisará delas em condições “não muito tranquilas”. Procure entender e respeitar sempre a meteorologia.

Estude sempre, faça a habilitação para arrais, depois para mestre e ainda depois para capitão.
Leia muito sobre embarcações, técnicas, aventuras, travessias e histórias referentes a vela.
Ouça sempre outros velejadores, temos muito o que aprender com eles
Nunca esquecer o que diziam os antigos velejadores: “Velejar é preciso, viver não é preciso”.

– Para você, velejar é:
Difícil dizer em poucas palavras, mas é liberdade, interagir com a natureza e encontro comigo mesmo.

– Cinco lugares memoráveis que já velejou?
– Nosso Guaíba, que é único.
– Nosso mar de dentro, nas nossa Lagoas: dos Patos onde as partes norte, centro e sul são bem diferentes; a Lagoa do Casamento; o Canal de São Gonçalo e na Lagoa Mirim, todos com suas particularidades, belezas e encantos.
– Algumas travessias como tripulante de POA/Santa Catarina e vice-versa. Travessia sempre raiz, principalmente na ida de Rio Grande a Florianópolis.
– Mar Egeu, Grécia, onde por 15 dias ficamos navegando entre ilhas com três veleiros, todos os tripulantes eram colegas velejadores aqui do clube.
– Recentemente ajudei o comandante Henrique Freitas a levar o veleiro Uruguaiana de Porto Alegre a Recife, foi um aprendizado gigante, mais a realização do sonho de conhecer grande parte da costa brasileira pelo mar.

– Cinco lugares que gostaria de conhecer e velejar?
Conhecer melhor nosso mar de dentro (lagoas, Casamento, Patos e Mirim). Baia de todos os santos e suas praias, Caribe, Croácia e ilhas do Pacífico.

– O que a vela representa na sua vida?
Um estilo de vida, liberdade, um aprendizado constante e um círculo de grandes amizades.

– Algum recado final para os velejadores?
Quando fiz o curso de monotipo a meta era chegar na Ilha do Presídio. Ao iniciar o curso de vela oceano, meu objetivo se dividiu em dois; um era chegar até o gasômetro velejando e o outro era passar a Ponta Grossa.
Conforme os realizamos, os sonhos vão mudando e os horizontes vão expandindo.
O grande desafio é nunca deixar de persegui-los e sempre continuar sonhando.

Bons Ventos a todos.