A VIDA NO BARCO, NO VÍDEO E NO JANGADEIROS DO #CASAL SAL
Hóspedes do Janga por cerca de 40 dias, ADRIANO e ALINE se preparam para seguir para Tapes, São Lourenço e Pelotas e depois para a costa do Brasil no barco Balanço
Deixar a vida na cidade para trás, vender tudo e passar a viver em um barco é uma decisão na qual todo mundo já pensou ao menos uma vez. Aline Sena e Adriano Plotzki não ficaram só na ideia. Há quase um ano e meio ambos vivem em um barco. Atualmente, no veleiro Balanço, ancorado este mês no Clube dos Jangadeiros.
A vida de pessoas que, como eles, deixaram a tensão das cidades pela vida nos rios e mares é o tema do canal #SAL, o mais acessado sobre náutica no Youtube, que os dois produzem. São casais, grupos, pessoas jovens, mais velhas, sozinhas ou famílias com uma história parecida. Muitos trocaram imóveis amplos por espaços menores, mas que oferecem liberdade, sempre em movimento e conhecendo lugares e fazendo amigos.
Desde o começo do mês no Jangadeiros, o casal vive a rotina do clube enquanto se prepara para seguir conhecendo as rotas na costa brasileira: “Aqui a gente trabalha fazendo os filmes para o nosso canal”, contou Adriano. A gente grava coisa que observa, vive, divulga os lugares por onde a gente passa no Guaíba… O clube tem sido fantástico e a gente tem feito muitos amigos”.
A história do casal é conhecida da internet, mas vale ser contada. Nascido em Bagé (RS) há 38 anos e músico, Adriano se mudou para São Paulo. Ambos eram funcionários do SBT – ele sonoplasta, ela produtora – quando se conheceram. Foram donos de uma produtora de vídeos corporativos com três salas comerciais e funcionários. Deixaram tudo para trás em 2017 para velejar.
O canal de vídeos nasceu como um documentário, mas assim que começou a ser filmado virou websérie. Com mais de 25 mil inscritos e 1,5 milhão de minutos assistidos todos os meses, o #SAL é o canal brasileiro sobre náutica com mais audiência no Youtube. Uma marca é a qualidade dos vídeos e também a descontração. Em um deles, por exemplo, o casal, revela como é conviver a dois em um espaço pequeno.
No início, o casal ficou no litoral norte do Rio de Janeiro. Mas agora o canal de vídeos está numa nova fase. “Começando por aqui, pelo Rio Grande, a gente vai fazer o litoral inteiro. Procuramos coisas que gostaríamos de assistir no programa, é a primeira regra, e histórias de pessoas que curtem a vela e que fazem o público imaginar que possa fazer o mesmo”.
Isso inclui alguns recantos do Guaíba, que o casal já tem como seus prediletos. “Um é Itapuã, ali pela Praia do Sítio, é fantástico o clima. Podia estar em qualquer destino do Brasil ou do mundo. O outro, as Areias Brancas (em Barra do Ribeiro), uma praia com dois quilômetros de extensão que é maravilhosa”.
No Sul, Adriano se surpreendeu com a cultura náutica. “O clube tem um compromisso grande com a vela, tanto esportiva como de cruzeiro. Isso é uma grata surpresa”. Mas como um nascido em Bagé, uma cidade que, como Adriano mesmo diz, “tem mais vaca do que peixe”, foi parar em um barco? Havia alguma vocação de família?
“Nem eu e nem ninguém na família tínhamos a mais vaga ideia do que é velejar. Isso foi uma coisa que veio depois, quando eu morava em São Paulo. Mas depois eu descobri que tem várias pessoas em Bagé que velejam também”.
Foi por causa de um churrasco em um barco, que ele viu da praia, que nasceu a vontade de ter um veleiro. Mas o que ele pensaria se um ano antes daquele encontro alguém dissesse que ele viveria em um barco? “A impressão que eu tinha era que barco a vela era para pessoas com muita grana, com um empregado com luva branca servindo champagne (risos). Depois eu vi que não era nada disso”.