Fábio Pillar fala sobre a campanha olímpica
Um dos grandes talentos da atual geração de velejadores gaúchos, Fábio Pillar quer retomar o posto de número do Brasil na classe 470. Aos 27 anos, o atleta vem treinando duro ao lado do parceiro Mathias Melecchi para chegar afiado à Copa Brasil de Vela, que acontecerá de 4 a 11 de janeiro, na praia de São Francisco, em Niterói, Rio de Janeiro. A competição reunirá cerca de 300 velejadores, em dez classes olímpicas: Laser Radial e Standard, 470 masculino e feminino, RS:X masculino e feminino, 49er, 49er FX, Finn e Nacra 17. Além dos brasileiros, velejadores da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Israel também confirmaram presença no evento, que ajudará definir a equipe brasileira para o Mundial de Santander, em setembro, na Espanha.
Representante brasileiro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando competia ao lado Samuel Albrecht, e campeão mundial de Laser Radial em 2006, Fábio sabe que o caminho não será fácil, mas mantém o otimismo. “Este campeonato é um recomeço na caminhada para os Jogos de 2016. Agora, com o parceiro certo e com o treinamento em dia, é uma competição para iniciar, de fato, uma campanha olímpica como ela deve ser feita”, pondera. Nesta entrevista, ele fala sobre os rumos da campanha para os Jogos de 2016 e a expectativa para a Copa Brasil de Vela.
A Copa Brasil de Vela
Talvez essa seja a competição mais parelha na história da classe 470 no Brasil. Vão ser pelo menos três duplas disputando o título e é muito difícil apontar um favorito. Outro ponto importante é que haverá tripulações de outros países, o que aumentará o nível técnico na raia, a média de pontos e a dificuldade nas largadas. Será uma condição muito interessante, com um intercâmbio com o pessoal de fora, ao mesmo tempo em que acontecerá a disputa interna entre os brasileiros. Não será tão bonito para quem estiver ali dentro, mas é algo muito importante para a vela brasileira.
Preparação
Conseguimos fazer um intensivo no segundo semestre de 2013. A parceria com o Mathias evoluiu muito. Participamos do Mundial com apenas três meses treinando juntos e, de lá pra cá, dobramos as horas de treino, o que fez aumentar muito a sintonia da dupla. Evoluímos tecnicamente e também fizemos uma preparação de uma semana no Rio de Janeiro.
A raia
Já velejei muito na raia da Baía da Guanabara. Óbvio que não a dominamos por completo, mas o básico dos macetes nós sabemos. Já competi de Laser, de Snipe, de Oceano e nunca perdi um campeonato da classe 470 lá.
2013
É difícil avaliar se as decisões foram acertadas ou não, mas eu diria que foi um ano ruim. Talvez tenha sido a fase mais complicada da minha carreira. Foi um período de pouco dinheiro, poucas viagens e no qual fiquei um bom tempo sem parceria.
O novo parceiro
O Mathias é meu amigo desde os tempos de Optimist; é um cara que veleja desde a infância e que sempre se manteve ativo na vela. Fiz o convite para iniciarmos a parceria sabendo que ele tinha um peso bom para o barco, disponibilidade, muita habilidade física e conhecimento técnico. Além de um grande amigo, o Mathias é um grande companheiro dentro do barco. Ele é um cara que entra de corpo e alma, se dedica mesmo. É uma aposta que vai dar certo!